sábado, 26 de setembro de 2009

MIssão Impossível (parte 2)









Cá estou eu novamente pessoal. Nem sei por onde começar... se eu contar ninguém vai acreditar, mas eu não teria porque mentir então vamos lá.

Hoje faz uma semana que estou aqui e muita coisa aconteceu, muita mesmo. Bom, vamos do começo então: Estou morando junto com o moleque em uma espécie de colégio interno. O lugar é bem legal, me sinto em Hoghwarts. Há umas 25 crianças (meninos e meninas) aqui, com a idade variando dos 7 até os 19, dormem juntas, comem juntas e estudam no mesmo colégio. Todos eles ficam aqui a semana inteira e vão pra casa nos finais de semana. O internato oferece café da manhã, almoço e janta e é bem confortável. Quem “cuida” da molecada é uma mulher chamada Vacci, ela tem uns 27 anos e fala inglês muito bem, ela mora conosco no internato e sua função é não deixar esses caras botarem fogo nessa porra; e eu juro pra vocês que eles já tentaram. Essa mulher entra no quarto dela umas 21:00 da noite e se tranca lá dentro, e advinha só: os caras tocam o putero a noite toda.

O internato tem algumas regras básicas: não fumar, não beber álcool, estar aqui até ás 10:00 da noite, não freqüentar os quartos das meninas e não quebrar nada. Mas pelo visto o pessoal quebra cada uma dessas regras pelo menos umas 17 vezes por dias.

A rotina básica é: de manhã e de tarde freqüentar a escola e depois ter tempo livre pra fazer o que quiser. Por enquanto eu estou auxiliando os professores da escola com aulas de inglês e tomando conta dos alunos quando algum professor falta( só pra empedir brigas e não deixar que eles se matem) . As crianças do colégio simplesmente me amam, é só eu botar o pé dentro da escola e elas vem me comprimentar, falar de algum jogo de vídeo game, me ensinar alguns palavrões e perguntar se eu já estive na amazônia. Os professores acham interessante ter alguém estrangeiro pra praticar inglês com as crianças, eles acham uma honra alguém ter vindo do Brasil só pra aprender o método que eles usam aqui (bom, eu meio que inventei uma história falando que eu dava aulas no Brasil e vim pra cá pra aprender um pouco com eles e levar esse conhecimento pro meu país. Os jovens me acham um cara bem liberal, fui com alguns deles em um bar e ensinei os caras a fumar narguile e beber sem ficar idiota ( foi difícil mas eu consegui!!!)

Bom, creio que sou o único cara na história da AIESEC que quase foi demitido na primeira semana. Meu trabalho não é ensinar nessa escola que estou vivendo, isso aqui é só um disfarce. Meu real trabalho é acompanhar o muleque pra onde quer que ele vá. Isso mesmo, eu não posso tirar o olho dele por um segundo. Hoje aconteceu que uns moleques me chamaram pra ir andar de kart (em uma pista que tinha uma vaca no meio e você corria com máscaras de paint Ball ao invés de capacetes), o cara de quem eu estou tomando conta não estava muito afim de ir e ficou no dormitório e eu fui com os outros moleques correr de kart (alias, essa foi a primeira vez que andei de kart em toda muita vida). Acontece que a vaca da mulher, a tal de Vacci, não sei porque, falou isso pro pai dele; o cara ligou puto pra mim: falou que não era pra eu largar o moleque sozinho, que eu tinha traído a confiança dele, que eu não gostava do filho dele, que a esposa dele estava chorando e um monte de coisa. Galera, eu fiquei longe por umas duas horas, porra !! O cara tem quase dezessete anos e eu tenho que ficar grudado nele e não deixar ele fazer merda; olha só que trabalho estranho!!!

O garoto é pior do que eu pensava. Além de fumar pra caralho, ser rebelde e torrar a porra do dinheiro que o pai dele sofre pra ganhar (o pai e a mãe trabalham umas 14 horas por dia) ele ainda arranja problemas com os professores, bate nos garotos menores e humilha aqueles de quem ele não gosta muito. È o típico valentão de colégio, governa pela força e pelo carisma forte e rebelde. Hoje eu tive uma conversa com ele sobre a real razão de eu estar aqui e tudo mais. Eu disse pra ele que eu não iria ficar falando pra ele fazer isso ou não fazer aquilo, estou tentando ser um bom amigo. Ele me respeita e confia em mim, conversamos sobre tudo: esportes, mulheres, sexo e adultos que não te entendem ( essas coisas de adolescentes). Galera que acompanha a porra desse blog, estou sendo sincero com vocês, não sei quanto tempo esse intercâmbio vai durar; eu não posso amarrar o moleque na cama e mais cedo ou mais tarde ele vai fazer alguma merda e o pai dele vai ficar muito puto e vai dizer que a culpa é minha e vai me despedir. Descobri algumas coisas sobre ele que explicam esse comportamento, ele perdeu uma irmã de 21 anos, vítima de câncer (quem me disse isso foi ele próprio, os pais não me disseram nada e não há nenhuma foto da menina pela casa). Ele tem tudo o que precisa e os pais o protegem demais,(até chamaram um retartado do Brasil pra cuidar dele). Bom galera, o trabalho não é nada fácil, eu gosto das crianças daqui, mas imagina ficar 24 horas cercados de gritaria, brigas, piadas sem graças, infantilidade, conversas imbecis, brincadeiras sem graça e tudo mais... mas eu vim aqui pra isso mesmo, vamos ver quanto tempo eu agüento.



Um comentário:

  1. kkkkkkkkkkkk

    puta q paril de mais kara!!!

    a realidade he muito mais fantastica do q os livros!

    nossa sinceramente n sei o q eu faria viu, mas pequei muito bem q vc ir a fundo e descobrir o q esta dentro do garoto para externar esse tipo de comportamento. Sauron soh vou te dizer uma coisa.


    EU ACREDITO EM VC !!!!!

    CAAAAARGAAAAAAAA

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